Verdade seja dita que nós mulheres, por norma, somos umas sentimentalistas e de pouco ou nada precisamos para ficarmos de lágrima ao canto do olho.
Eu sou uma "Maria Chorona" assumida.
De manhã, bem cedo, desceram três tripulantes de navio que após 1 ano sem ir a casa, finalmente, conseguem ter ordem para regressar. Com eles, o seu comandante que fez questão de se levantar cedo para se despedir deles e ajuda-los a carregar as malas.
Contrariando as regras do Covid, estes homens abraçam o seu comandante num abraço apertado e demorado. Ouvem-se palavras de agradecimento e uma promessa de voltarem a ver-se.
Com um nó na garganta, o seu comandante carrega as suas malas e acompanha-os à viatura que vai levar os seus homens e não arreda pé até deixar de ver o carro.
Até breve,meus amigos... até breve!
Num mundo onde as aparências cada vez parecem importar mais, ver a humildade destes homens, é inspiradora. Ali não havia patentes e nem hierarquias. Apenas quatro homens que partilharam mais de 365 dias num navio.
E é assim, hotelaria. É emoções. É ver chegar. É ver partir.
Hotelaria é, acima de tudo, conexão.
E eu sou feliz por poder assistir a estes momentos e torna-los um pouco meus.